sábado, 25 de agosto de 2012

A Praga do Gerundismo - Prof. Pasquale Cipro Neto


O texto a seguir foi publicado ma Revista Veja, quando houve um debate interessante a cerca das construções muitíssimo utilizadas, associando o futuro e o gerúndio. O Professor reconhecido nacionalmente nos faz uma análise sobre esse fenômeno linguístico.
 
A PRAGA DO "GERUNDISMO"

Frases como ..eu vou estar transferindo a ligação..
surgiram no telemarketing.
Mas já se instalaram no topo. lá na diretoria

......Não acredito no purismo lingüístico, não. Desde que o homem é homem, as culturas e, conseqüentemente, as línguas se interpenetram. Hoje, quem é que reclama da palavra "otorrinolaringologista", todinha grega? Quem é que não usa a palavra "garagem" (ou "garage", tanto faz), que vem do francês? Mas (quase) tudo na vida tem limite. Em se tratando da língua, ou, mais especificamente, dos estrangeirismos, o limite é imposto pelo bom senso. Não vejo o menor sentido, por exemplo, no tosco uso da palavra off, que aparece na porta de algumas lojas. Não se trata de caso que enriquece a língua, que preenche espaço até então vago etc. Trata-se de subdesenvolvimento mesmo. Incurável. Ou, como dizia Nelson Rodrigues, do complexo de vira-lata. No lugar de off, parece conveniente usar a ultraconhecida palavra "desconto", cujo significado qualquer brasileiro conhece.
......Que me diz o leitor de traduzir "Smoking is not allowed" por ''Fumando não é permitido"? Alguém teria coragem de traduzir smoking por "fumando" nesse caso? Certamente não, mas muita gente traduz ao pé da letra frases como "I will be sending" ou "We will be booking" (por "Vou estar enviando" e "Vamos estar reservando", respectivamente). Como se vê pela mensagem com que se avisa que não é permitido fumar, o gerúndio inglês nem sempre continua gerúndio quando traduzido para o português.
......Onde estaria a inadequação de frases como "O senhor pode estar anotando o número?" ou ''Um minuto, que eu vou estar transferindo a ligação", que hoje em dia pululam e ecoam nos escritórios, no telemarketing etc.? O problema não está na estrutura - "flexão dos verbos 'ir', 'poder' etc. + estar + gerúndio" -, mas no mau uso que dela se tem feito. Essas construções são da nossa língua há séculos, ou alguém teria peito de dizer que uma frase como ''Eu bem que poderia estar dormindo" é inadequada?
......Qual é o problema então? Vamos lá.
......Quando se diz, por exemplo, "Não me telefone nessa hora, porque eu vou estar almoçando", indica-se um processo (o almoço) que terá certa duração, que estará em curso, mas - santo Deus! -, quando se diz ''Um minuto, que eu vou estar transferindo a ligação", emprega-se a construção "vou estar transferindo" para que se indique um processo que se realiza imediatamente. Quanto tempo se leva para a transferência de uma ligação? Meses ou segundos? O diabo é que, para piorar, "Vou estar transferindo" é uma verdadeira contorção verbal, que substitui, sem nenhuma vantagem, a construção "Vou transferir", mais curta, rápida, direta - e apropriada.
......A moda do "gerundismo" (essa de "O senhor tem que estar pegando uma senha", "Vamos ter que estar trocando a embreagem do seu carro", "Ela vai precisar estar voltando aqui amanhã", "A empresa vai poder estar fornecendo as peças" e outras ultrachatices semelhantes) só tem uma coisa de bom: o caráter democrático. ......Traduzo: a praga pegou da telefonista ao gerente, da faxineira ao diretor-presidente.
......E quem começou tudo isso? Não se sabe, mas me atrevo a dizer que nasceu da tradução literal do inglês (de manuais ou assemelhados).
......Recentemente, um motorista me disse: "Professor, agora o senhor vai ter que estar me dizendo em que rua eu vou ter que estar entrando". Se eu tivesse levado a sério a pergunta dele, deveria ter respondido isto: "Naquela rua, naquela rua, naquela rua, naquela rua, naquela rua, naquela rua, naquela rua, naquela rua...". E, assim que ele entrasse na tal rua, eu deveria exigir que ele parasse o carro, engatasse a ré e ficasse entrando e saindo da rua (ou entrando na rua e saindo dela, como preferem os que amam a sintaxe. rigorosa), até moer a embreagem, os pneus... Até o gerundismo sumir do mapa!
Pasquale Cipro Neto é professor de língua portuguesa. consultor e colunista de diversos órgãos da imprensa e o idealizador e apresentador do programa Nossa Língua Portuguesa, da TV Cultura.
Este seu artigo foi publicado na edição nº1894 da Revista Veja

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Exercícios de revisão - Verbos - Parte I




01. Informe a pessoa do discurso a que se referem as formas verbais destacadas:
a) Tirei o sapato e bati fortemente com o salto no vidro, que se espatifou num tremendo ruído.
b) De todos, Tito era quem mais batia; desvantagem de ser caçula... Éramos os mais próximos pela idade, e os outros dois, Miguel e Édison, sentiam vergonha de sujar as mãos em mim.

  1. Passe os verbos:
  • Da 1ª pessoa do singular para a 1ª pessoa do plural.
a) Sinto saudade da infância quando viajo pelo interior.
b) Percebo que me irrito com o individualismo das pessoas.
  • Da 3ª pessoa do singular para a 3ª pessoa do plural.
c) O carro passou lentamente pelo cruzamento perigoso.
d) O pintor quebrou o pincel quando terminava o quadro.

  1. Passe as frases:
  • Do presente para o pretérito imperfeito (indicativo)
a) No centro histórico de Salvador desponta o Pelourinho.
b) É considerado o mais expressivo conjunto da arquitetura colonial.
c) O Pelourinho, porém, não recebe tratamento condizente com sua importância.

  • Do pretérito imperfeito para o pretérito perfeito e para o pretérito mais-que-perfeito (indicativo)
d) Em São Paulo, um galo cantava as 4 horas da manhã.
e) O seu canto incomodava um morador ao lado.
f) Irritado, o vizinho reclamava ao dono do galo.

  • Do futuro do presente para o futuro do pretérito
g) Os repórteres entrevistarão os atores do teatro.
h) Os dançarinos estrearão no Teatro Municipal.
i) Organizaremos a campanha de nosso grêmio estudantil.

4. Complete as frases com os verbos dos parênteses nos tempos do subjuntivo:
a) Talvez noś nem (/) para casa hoje. (voltar)
b) Pedi que nos (/), pois pretendíamos ir com eles. (esperar)
c) Se (/) cedo, encontrarás teu pai aqui. (chegar)
d) É provável que amanhã eu não (/) à aula. (comparecer)

5. Forme o Imperativo Afirmativo e Negativo dos verbos amar, entender e dividir.

6. Informe o modo de cada forma verbal: indicativo, subjuntivo e imperativo:
a) Essa sua história, eu a conheço bem.
b) Anda depressa, senão chegarás atrasado.
c) Terminaríamos o trabalho hoje, se todos colaborassem.


7. Construa um quadro em seu caderno
VERBO
PESSOA
NÚMERO
TEMPO
MODO
INFINITIVO
CONJUG








Em seguida, informe a pessoa, o número, o tempo, o modo, o infinitivo e a conjugação das formas verbais destacadas no texto a seguir:

Mas batem à porta. Levanto o escuro garfo, do magro bife, e abro. Céus, é um empregado da Companhia! Estremeço de emoção. Mas ele me estende um papel: é apenas o cobrados. Volto ao bife, curvo a cabeça, mastigo devagar, como se estivesse mastigando meus pensamentos, a larga tristeza da minha humilde vida, as decepções e remorsos. O telefone continuará mudo; não importa: ao menos é certo, senhor, que não vos esquecestes de mim.”

BONS ESTUDOS!! - UM ABRAÇO A TODOS.



quinta-feira, 26 de abril de 2012

Exercícios de Revisão - Acentuação e Formação das Palavras

EXERCÍCIOS DE REVISÃO – 2º ANO
(Acentuação e Formação das Palavras)
01. Em cada um dos pares a seguir, as duas palavras têm a mesma terminação (indicadas pelo destaque) e já estão adequadamente acentuadas. Compare-as e responda aos itens de a a d.

  COLUNA
  COLUNA
guaraná
espada
Pererê
quermesse
carimbó
carimbo
Armazém
mensagem
guri
táxi
resolver
repórter
infantil
inúltil

a) Quanto a posição da sílaba tônica, qual a diferença entre as duas palavras de cada par?
b) Quando, em um par, a oxítona recebe acento, o que acontece com a paroxítona de mesma terminação?
c) Quando, em um par, a oxítona não recebe acento, o que acontece com a paroxítona de mesma terminação?
d) Essas comparações permitem estabelecer uma relação geral entre a regra das oxítonas e das paroxítonas. Qual é essa relação?

02. Nas séries a seguir, a primeira palavra é oxítona e já está corretamente acentuada; as outras três palavras são paroxítonas. Levando em conta a conclusão do exercício anterior, transcreva e acentue, se necessário, as paroxítonas.
a) urubus » virus – ficus – bonus
b) sacis » biquinis – oasis – ianomamis
c) bangalô » novato – espantalho – emprego
d) barril » volatil – indestrutivel – pensil
e) isopor » cancer – poquer – carater

03.  Compare a acentuação das formas de singular e de plural das palavras destes dois grupos:


1º grupo
armazém - armazéns
vaivém – vaivéns
refém - reféns
 
2º grupo
hífen – hifens

pólen – polens

abdômen - abdomens



a) Quanto a posição da sílaba tônica, qual a diferença entre as palavras dos dois grupos?
b) Por que as palavras do primeiro grupo recebem acento tanto na forma de singular quanto na de plural?
c) Justifique o acento gráfico das formas de singular do 2º grupo.
d) Comparando as formas de plural dos dois grupos, explique por que hifens, polens e abdomens não recebem acento?

04. Preencha adequadamente as lacunas pelas palavras propostas em cada item:
a) Use por ou pôr.
Resolveu ___________ tudo em ordem. Começou ___________ não acatar opiniões _________ razões indiscutíveis. __________ isso não vou __________ em dúvida a competência dele.

b)  Use pôde ou pode
Ontem você __________ vencê-lo, mas creio que, para a próxima partida, já não _________ ter tanta certeza disso.

05. Todas as palavras abaixo possuem ditongo; copie de cada item as palavras que devem ser acentuadas e acentue-as:
a) toneis – plateia – sonhei – meis (pl. de mel) – traqueia – pasteis
b) trofeu – esqueceu – gineceu – escarceu – beleleu – chapeus
c) comboio – rouxinois – destroi – paranoico – joia – sois (pl. de sol)

06. Considerando a regra da segunda vogal do hiato, copie, de cada item, apenas as palavras que devem ser acentuadas e acentue-as:
a) (eu) sai – (tu) saiste – (ele) saiu – (nós) saimos – (quando nós) sairmos
b) miudo – miudeza – raiz – raizes – pais (nação) – pais (progenitores)
c) saida – saideira – bau – bauzinho – campainha – graulho (semente de uva)

 As questões 07 e 08 referem-se ao texto a seguir:

….....................................................................
Interrogatório
O crime fôra realmente bárbaro. O homem matára uma póbre vélha, que nem sequer conhecia, para ganhar 50 cruzeiros.
O juiz, ao iniciar os trabalhos do juri, perguntou ao criminoso:
-         Como é que o senhor teve coragem de matar uma velhinha por uma ninharia?
-         Ninharia? - estranhou o fascinora – O senhor não vê que com cincoenta cruzeiros daqui, cincoenta dali, a gente vai vivendo mais ou menos?

TORELLY, Aparício (Barão de Itararé). Almanaque para 1949: primeiro semestre. São Paulo: Universidade de São Paulo / Imprensa Oficial do Estado, 2003. p. 160.


07. Transcreva as palavras do texto que, de acordo com as regras de acentuação gráfica de hoje, não deveriam receber acento.
a) Essas palavras poderiam ter sua acentuação explicada pela regra do acento diferencial, usada para distinguir algumas palavras da escrita? Justifique sua resposta.
b) Explique por que, segundo as regras de acentuação gráfica atuais, essas palavras não teriam acento.

08. Transcreva as palavras do texto que, segundoa  convenção ortográfica, deveriam ser acentuadas e não o foram. Justifique sua resposta com a regra que determina o uso dos acentos nesses casos.

☺Leia atentamente os textos a seguir para responder às questões de 11 a 13:

TEXTO 01
….........................................................................
O primeiro-ombro
Lula sente dores ao mexer os braços por causa da bursite
Cuidados médicos. A saúde de Lula é boa, mas ele terá de emagrecer, reduzir o colesterol e tratar a bursite.
Época. São Paulo: Globo, n. 241, 30 dez. 2002.
…....................................................................

TEXTO 02
…....................................................................
O craque-galã e a
primeira-filhinha
Morram de inveja, meninas! O cobiçadíssimo jogador Kaká, do São Paulo, tem sido visto na noite paulistana ao lado de Sophia Alckmin, filha do governador Geraldo Alckmin. Eles, é claro, garantem que são apenas amigos. A amizade entre a primeira-filhinha e o craque-galã surgiu no final da Copa, quando o governador levou Sophia para recepcionar a seleção em Cumbica. “Nos demos bem logo de cara”, diz ela, são-paulina roxa (para desgosto do pai santista). Trocamos e-mails e falamos sobre moda e futebol, só isso.
Veja SP. São Paulo: Abril, ano 35, n. 38, 25 set. 2002.
….......................................................................

09. Nos dois títulos, as expressões primeiro-ombro, craque-galã e primeira-filhinha, formadas a partir do processo de composição por justaposição, são utilizadas para fazer referência a três pessoas públicas. Quem são elas?

Ø  O que levou os autores das matérias a utilizarem tais expressões para identificar cada uma dessas pessoas?

10. Que efeito de sentido é obtido pela utilização da palavra primeiro(a) nos compostos primeira-filhinha e primeiro-ombro?

11. Qual o sentido que se pretende construir na expressão craque-galã?

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Gabarito - Exercícios sobre o Arcadismo no Brasil


GABARITO



EXERCÍCIOS SOBRE O ARCADISMO NO BRASIL




QUESTÃO
ITEM
1
C
2
A
3
A
4
C
5
D
6
D
7
B
8
B
9
C
10
D
11
B
12
B
13
C
14
A
15
A

quarta-feira, 4 de abril de 2012

TEXTO: A VELHA CONTRABANDISTA

O TEXTO A SEGUIR FOI TRABALHADO NAS AULAS DE PREPARAÇÃO PARA A PRÁTICA DE ESTÁGIO (PPE), QUE SERVIRÁ PARA AUXILIAR AS EQUIPES NO PREPARO DE SUAS APRESENTAÇÕES.

CONTO COM A CRIATIVIDADE DE VOCÊS!! 

A Velha Contrabandista
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha.
- Juro - respondeu o fiscal.
- É lambreta.
 
Stanislaw Ponte Preta
 
 
SITUAÇÕES A SEREM APRESENTADAS PELOS GRUPOS:
 
  • SITUAÇÃO A - GRUPO 01 : Você é um repórter de rua que chegou ao Posto da Alfândega e escutou a conversa entre o fiscal e a velhinha. Aproveite o furo e apresente uma notícia para o jornal televisivo imparcial  em que você trabalha como apresentador-âncora.
  • SITUAÇÃO B - GRUPO 2 :Você é um repórter de rua que chegou ao Posto da Alfândega e escutou a conversa entre o fiscal e a velhinha. Aproveite o furo e apresente uma notícia para o jornal televisivo sensacioanlista  em que você trabalha como apresentador-âncora.
  • SITUAÇÃO C - GRUPO 3 : Você trabalha em um programa de televisão imparcial. Faça uma entrevista com a velhinha para que ela explique o caso aos telespectadores.
  •  SITUAÇÃO D - GRUPO 4 : Você trabalha em um programa de televisão sensacionalista. Faça uma entrevista com a velhinha para que ela explique o caso aos telespectadores.
  • SITUAÇÃO E - GRUPO 5 : Você é o fiscal da Alfândega e resolveu não cumprir o prometido. Faça um relatório que deverá ficar registrado no livro de ocorrência da Alfândega. 
  • SITUAÇÃO F - GRUPO 6 : Você é a velhinha contrabandista e, após denunciada, foi presa. Escreva uma carta para seu sócio, contando o que aconteceu e dando instrução para que ele continue o negócio. 
  • SITUAÇÃO G - GRUPO 7 : Você é a velhinha contrabandista e, após denunciada, foi presa. Escreva uma carta para seu sócio, contando o que aconteceu e dando instrução para que ele continue o negócio.
  • SITUAÇÃO H - GRUPO 8 : Você é a velhinha contrabandista e, assim que foi presa, começou a escrever um diário. Faça um relato, em uma página desse diário, colocando suas impressões sobre o que aconteceu e suas perspectivas de futuro. 

quinta-feira, 29 de março de 2012

Exercícios sobre o Arcadismo no Brasil

Estivemos em sala pesquisando e debatendo sobre o movimento literário árcade no Brasil. Para ajudá-los com esse conteúdo deixo aqui algumas questões de vestibular sobre esse tema.

Um abraço.

PS: Gabarito em breve



O Arcadismo é uma escola literária surgida na Europa no século XVIII, razão por que também é denominada como Setecentismo ou Neoclassicismo. O nome "Arcadismo" é uma referência à Arcádia, região bucólica do Peloponeso, na Grécia antiga, tida como ideal de inspiração poética.
A principal característica desta escola é a
exaltação da natureza e de tudo o que lhe diz respeito. Por essa razão muitos poetas do Arcadismo adotaram pseudônimos de pastores gregos ou latinos. Caracteriza-se ainda pelo recurso a esquemas rítmicos mais graciosos.
Numa perspectiva mais ampla, expressa a crítica da burguesia aos abusos da nobreza e do clero praticados no Antigo Regime.
Adicionalmente os burgueses cultuam o mito do homem natural em oposição ao homem corrompido pela sociedade, conceito originalmente expresso por Jean-Jacques Rousseau, na figura do “bom selvagem”.

EXERCÍCIOS SOBRE ARCADISMO
  1. (UF - PR) -
    "Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
    Que vive de guardar alheio gado;
    De tosco trato, de expressões grosseiro,
    Dos frios gelado e dos sóis queimado.
    Tenho próprio casal e nele assisto
    Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
    Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
    E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!"

A presente estrofe reflete a temática predominante no período:

a) romântico
b) parnasiano
c) arcádico
d) simbolista
e) modernista

  1. (UF - PR) -
    "Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
    Que vive de guardar alheio gado;
    De tosco trato, de expressões grosseiro,
    Dos frios gelado e dos sóis queimado.
    Tenho próprio casal e nele assisto
    Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;

    Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
    E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!"

O texto tem traços que caracterizam o período literário ao qual pertence. Uma qualidade patente nesta estrofe é:
a) o bucolismo;
b) o misticismo;
c) o nacionalismo;
d) o regionalismo;
e) o indianismo.

03. (Fuvest) -
I. "Porque não merecia o que lograva, 
Deixei, como ignorante, o bem que tinha,
Vim sem considerar aonde vinha,
Deixei sem atender o que deixava."

II."Se a flauta mal cadente
Entoa agora o verso harmonioso,
Sabei, me comunica este saudoso
Influxo a dor veemente;
Não o gênio suave,
Que ouviste já no acento agudo e grave."

III."Da delirante embriaguez de bardo
Sonhos em que afoguei o ardor da vida,
Ardente orvalho de febris pranteios,
Que lucro à alma descrida?"

Cada estrofe, a seu modo, trabalha o tema de um bem, de um amor almejado e passado ou perdido.
Avaliando atentamente os recursos poéticos utilizados em cada uma delas podemos dizer que os movimentos literários a que pertencem I, II e III são respectivamente:

a) barroco - arcadismo – romantismo.
b) barroco - romantismo – parnasianismo.
c) romantismo - parnasianismo – simbolismo.
d) romantismo - simbolismo – modernismo.
e) parnasianismo - simbolismo - modernismo.

04. (Cescem) - O Arcadismo, didaticamente, inicia-se, no Brasil, em 1768:
a) com a fundação de Arcádia de Lusitana.
b) com a publicação de poemas de Cláudio Manuel da Costa (em Lisboa) e pela fundação da Arcádia Ulissiponense.
c) com a publicação dos poemas de Cláudio Manuel da Costa (em Lisboa) e pela fundação da Arcádia Ultramarina.
d) pela vinda da família real para o Brasil.
e) nenhuma das anteriores.

05. (Ufsc) - Considere as afirmativas sobre Barroco e o Arcadismo:
1. Simplificação da língua literária – ordem direta – imitação dos antigos gregos e romanos.
2. Valorização dos sentidos – imaginação exaltada – emprego dos vocábulos raros.
3. Vida campestre idealizada como verdadeiro estado de poesia-clareza-harmonia.
4. Emprego freqüente de trocadilhos e de perífrases – malabarismos verbais – oratória.
5. Sugestões de luz, cor e som – antítese entre a vida e a morte – espírito cristão antiterreno.

Assinale a opção que só contém afirmativas sobre o Arcadismo:
a) 1, 4 e 5
b) 2, 3 e 5
c) 2, 4 e 5
d) 1 e 3
e) 1, 2 e 5

06. (Puc rj) - Qual dessas afirmações não caracterizava a poesia arcádica realizada no Brasil no século XVIII?

a) Procurava-se descrever uma atmosfera denominada locus amoenus.
b) A poesia seguia o lema de “cortar o inútil” do texto.
c) As amadas eram ninfas, lembrando a mitologia grega e romana.
d) Os poetas da época não se expressaram no gênero épico.
e) Diversos poemas foram dedicados a reis e rainhas, e tinham um objetivo político.

07. (Mackenzie) - Apontar a alternativa correta:

a) Tomás Antônio Gonzaga cultivou a poesia satírica em O Desertor.
b) Na obra Cartas Chilenas, temos uma sátira contra a administração de Luís da Cunha Menezes.
c) Nessa obra o autor se disfarça sob o nome de “Doroteu”
d) Para maior disfarce, o autor de Cartas Chilenas faz passar a ação na cidade do Rio de Janeiro.
e) Tomás Antônio Gonzaga tinha o pseudônimo de “Doroteu”.

08. (Santa Casa SP) - 
Texto I
“É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.”
Texto II
“Depois que nos ferir a mão da morte,
ou seja neste monte, ou noutra serra,
nossos corpos terão, terão a sorte
de consumir os dous a mesma terra.”

O texto I é barroco; o texto II é arcádico. Comparando-os, é possível afirmar que os árcades optaram por uma expressão:
a) impessoal e, portanto, diferenciada do sentimentalismo barroco, em que o mundo exterior era projeção do caos interior do poeta.
b) despojada das ousadias sintáticas da estética anterior, com predomínio da ordem direta e de vocábulos de uso corrente.
c) que aprofunda o naturalismo da expressão barroca, fazendo que o poeta assuma posição eminentemente impessoal.
d) em que predominam, diferentemente do Barroco, a antítese, a hipérbole, a conotação poderosa.
e) em que a quantidade de metáforas e de torneios de linguagem supera a tendência denotativa do Barroco.

09. (Cescem) - 
“Alguém há de cuidar que é frase inchada
Daquela que lá se usa entre essa gente
Que julga, que diz muito, e não diz nada.
O nosso humilde gênio não consente,
Que outra coisa se diga mais, que aquilo
Que só convém ao espírito inocente.”

Os versos de Cláudio Manuel da Costa lembram o fato de que:
a) a expressão exata, contida, que busca os limites do essencial, é traço da literatura colonial brasileira e dos primeiros movimentos estéticos pós-Independência.
b) o Barroco se esforçou por alcançar uma expressão rigorosa e comedida, a fim de espelhar os grandes conflitos do homem.
c) o Arcadismo, buscando simplicidade, se opôs à expressão intrincada a aos excessos do cultismo do Barroco.
d) o Romantismo, embora tenha refugado os rigores do formalismo neo-clássico, tomou por base o sentimentalismo originário desse movimento estético.
e) o Romantismo negou os rigores da expressão clássica e lusitana, mas incorporou a tradição literária da poesia colonial
  1. (Ffsc) - Os autores árcades brasileiros apresentam uma obra divorciada das necessidades brasileiras, na segunda metade do século XVIII. Como processo de defesa à liderança do público, tais letrados criam:
    a) poemas de profundo subjetivismo;
    b) os contos regionais de mineração;
    c) a dialética;
    d) as academias;
    e) a literatura romântica.
11. (Cescea) - “A poesia parece fenômeno mais vivo e autêntico (...) por ter brotado de experiências humanas palpitantes”. (Ele) “é dos raros poetas brasileiros, certamente o único entre os árcades, cuja vida amorosa importa para a compreensão da obra.”
“O lírico ouvidor soltava os seus amores em liras apaixonadas, que tinham, naquele ambiente de Vila Rica, um sabor novo e raro.”

Assim a crítica literária tem-se manifestado sobre o poeta:
a) Cláudio Manuel da Costa
b) Tomás Antônio Gonzaga
c) Alvarenga Peixoto
d) Gonçalves de Magalhães
e) Basílio da Gama

12. (Puc) - Relacione as colunas:
1.Glauceste Satúrnio
2.Alcindo Palmirendo
3.Dirceu
4.Termindo Sipílio
5.Lereno
( ) Tomás Antônio Gonzaga
( ) Cláudio Manuel da Costa
( ) Basílio da Gama
( ) Caldas Barbosa
( ) Silva Alvarenga

a) 3, 1, 5, 2, 4
b) 3, 1, 4, 5, 2
c) 1, 2, 3, 4, 5
d) 3, 2, 4, 1, 5
e) 3, 1, 4, 2, 5

13. (Fatec) - "Voltaram à baila os deuses esquecidos, as ninfas esquivas, as náiades, as oréades e os pastores enamorados, as pastoras insensíveis e os rebanhos numerosos das bucólicas de Teócrito e Virgílio."
(Ronald de Carvalho, PEQUENA HISTÓRIA DE LITERATURA BRASILEIRA)
O trecho acima refere-se ao seguinte movimento literário:
a) Romantismo.
b) Barroco.
c) Arcadismo.
d) Parnasianismo.
e) Naturalismo.
14. (Ufviçosa) - Leia o texto a seguir e faça o que se pede:
Ornemos nossas testas com as flores
E façamos de feno um brando leito;
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre,
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.
(TAG, MD, Lira XIV)

Todas as alternativas a seguir apresentam características do Arcadismo, presentes na estrofe anterior, EXCETO:
a) Ideal de ÁUREA MEDIOCITAS, que leva o poeta a exaltar o cotidiano prosaico da classe média.
b) Tema do CARPE DIEM - uma proposta para se aproveitar a vida, desfrutando o ócio com dignidade.
c) Ideal de uma existência tranqüila, sem extremos, espelhada na pureza e amenidade da natureza.
d) Fugacidade do tempo, fatalidade do destino, necessidade de envelhecer com sabedoria.
e) Concepção da natureza como permanente reflexo dos sentimentos e paixões do "eu" lírico.
15. (Ufviçosa) - Leia o fragmento de texto a seguir e faça o que se pede:
Esprema a vil calúnia muito embora
Entre as mãos denegridas, e insolentes,
Os venenos das plantas,
E das bravas serpentes.
Chovam raios e raios, no seu rosto
Não hás de ver, Marília, o medo escrito:
O medo perturbador,
Que infunde o vil delito.
[...]
Eu tenho um coração maior que o mundo.
Tu, formosa Marília, bem o sabes:
Eu tenho um coração maior que o mundo.
Tu, formosa Marília, bem o sabes:
Um coração .... e basta,
Onde tu mesma cabes.
(TAG, MD, Parte II, Lira II)

Sobre o fragmento de texto de Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu, assinale a alternativa FALSA:
a) a interferência do mito na tessitura dos poemas, mantendo o poeta dentro dos padrões poéticos clássicos, impede-o de abordar problemas pessoais.
b) a interpelação feita a Marília muitas vezes é pretexto para o poeta celebrar sua inocência e seu destemor diante das acusações feitas contra ele.
c) a revelação sincera de si próprio e a confissão do padecimento que o inquieta levam o poeta a romper com o decálogo arcádico, prenunciando a poética romântica.
d) a desesperança, o abatimento e a solidão, presentes nas liras escritas depois da prisão do autor, revelam contraste com as primeiras, concentradas na conquista galante da mulher amada.
e) embora tenha a estrutura de um diálogo, o texto é um monólogo - só Gonzaga fala e raciocina.